Blog do SRFC: 07/05/2023

A equipe de futebol raiz denominada Sem Recurso FC entrou em campo novamente neste domingo para mais um show de bola de seus atletas. A partida foi agendada as pressas pelo secretário Flavio Pires, devido a sua gigante vontade de jogar bola mesmo. Pegos de calças curtas, muitos atletas não puderam comparecer e o elenco a disposição do manager Thiago Donini foi reduzido.
O adversário selecionado para o espetáculo foi o Esporte Clube Pirambóia, tradicional rival semrecursense, que mantem um ótimo campo de relva baixa e bem cuidada, pecando apenas pela insalubridade de seus vestiários.

A baixa da programação foi a Van da Alegria, que tristemente não foi acionada, fazendo com que três viaturas particulares fossem utilizadas a seviço do clube. Vale nota a manobra do motorista Rafael Do Love (o arqueiro ET) adentrando ao pedágio em velocidade de 95 km/h e quase foi alvejado com pedras pelos homens que faziam manutenção do asfalto.

O técnico Thiagão já prevendo dificuldades trouxe outro carioca para o elenco, o menino Ralf (chamado várias vezes de Rony em campo por Hugo) trazendo certo ciúmes ao antigo e velho Carioca da equipe.

Foram escalados: ET, Carioca, Cegão, Evó e Pelé Branco, Caio Quini, Barduco, Flávio e Saidera, Ralf e Hugo. Fizeram revezamento Felipe Pedrada e Simento.

Apesar de sentir algumas ausências, essa formação é basicamente o time titular do Sem Recurso, o que compensou a situação de elenco enxuto.

Minutos antes do jogo se iniciar, o técnico chamou seus comandados e soltou seu tradicional bordão "a partir de agora acabou a brincadeira, vamos colocar a cabeça no jogo" e foi o que precisou para os 13 jogadores virarem a chave e se comprometerem em executar o que estava sendo orientado. Foi pedido equipe compacta e de toque de bola e o capitão Cegão apontou que o segredo estaria nos volantes e laterais terem paciencia com a bola no pé.

Os primeiros 45 minutos de partida foram de absoluto futebol bem jogado pelos atletas de Botucatu, com equipe bem posicionada, sem grandes espaços vazios, ótimo toque de bola desde a zaga, passando pelos laterais e meio campo. Quando conseguia chegar ao ataque, era um sufuco para a defesa de Pirambóia pois já existia entrosamento entre os meninos de ouro Flávio, Daniel e Hugo, fazendo com que Ralf logo se sentisse a vontade no quarteto. Cegão e Evó deram muita segurança, utilizando hora de velocidade hora de força para barrar qualquer investida do ataque da casa. Caio Quini o homem que joga de terno, voltando de lesão é um poço de tranquilidade no meio campo, em contraste ao pitbull já barrigudo Barduco, que muitas vezes tenta algumas jogadas mais ousadas. Os laterais fecharam os espaços e cumpriram a risca o solicitado. Dizem que Cegão teve que jogar segurando Carioca amarrado com uma corda e só soltava quando Thiagão dava o OK, mas quando soltou, este guri de 43 anos chegou até a pequena área do outro lado do campo.

Em uma jogada em que a bola estava sendo invertida de uma lateral para a outra, o atleta Barduco, que estava praticamente como último homem naquele momento, tentou dominar mais uma vez (o famoso quis dar mais um toquinho na bola) mesmo pressionado pelo atacante de Pirambóia e acabou se embananando com a situação, sendo desarmado, deixando dois atacantes contra ET, na velocidade. O goleiro saiu em disparada e na linha da grande área surpreendeu a todos mergulhando nos pés do atacante que tinha o controle da bola, evitando incrivelmente o primeiro gol dos adversários. Foi um grande alívio, pois após a falha de Barduco, era certo que conseguiriam colocar a pelota nos fundos das redes.

Em lance novamente de toque de bola do Sem Recurso, Evó visualiza um corredor livre para efetuar longo lançamento rasteiro até o atacante Hugo, que ativou seu modo Hugonaldo, rápido e potente. Apesar das investidas do zagueiro, este atleta carregou a bola até a grande área e finalizou com força para abrir o marcador! Gol do Sem Recurso! 1 x 0

ET novamente apareceu e salvou a equipe em chute forte e rasteiro, muito bem aplicado em seu canto esquerdo e de forma surpreendente pulou com a mão esquerda e conseguiu chegar, evitando o empate. Duas belas defesas que toda a equipe o parabenizou no intervalo, sendo decisivas para manutenção do placar.

Já no último lance do primeiro tempo, Pelé Branco acha uma brecha e dispara em velocidade até dentro da área. Este atleta corre de forma muita esquisita, fazendo um esforço sobrenatual para alcançar malemá 7 km/h. Ao mesmo tempo que corria desengonçado, ele gritava "EU, EU, EU" pois estava realmente livre e em situação ótima para dominar e finalizar a gol. Caio Quini era quem estava de posse da pelota e ao ver Pelé aguniado desesperado correndo e invadindo a área, passou um retalho de seda na bola, lustrou, arrumou seu palitó e efetuou o longo lançamento diagonal. O goleiro de Pirambóia conseguiu evitar que a bola chegasse ao já esbaforido Pelé Branco, mas acabou soltando ao chão, nos pés do atleta do Sem Recurso que iria chutar a gol quando foi empurrado e segurando pelo goleirão enquanto caia ao chão. Pelé ficou desesperado e gritou alucinado "É PENALTI, É PENAlTI CARALHO" mas não havia percebido que o juiz já havia marcado a infração. Seus companheiros o avisaram, "já marcou Zé, já marcou!" e este na hora se acalmou e disse "ah bom obrigado" e deu risada. Chamado por Thiagão, Evó foi até a marca da cal e efetou a cobrança sem chances para o estabanado goleiro, numa cobrança de segurança, assim definida pelo próprio jogador a este blogueiro. Final de primeiro tempo, 2 x 0.

No intervalo, mais uma vez Thiagão pediu atenção e comprometimento com a proposta, sabendo que dali pra frente a equipe iria sentir cansaço, ainda mais que os adversários estavam com o plantel jovem e farto. Durante todo o jogo Felipe e Simento entrar e sairam, fazendo boas atuações, dando descanso para o recem recuperado Caio, Barduco e Pelé Branco.

Voltando ao segundo tempo, com a mesma proposta de posse de bola e equipe compacta, a sorte grande caiu no colo do Sem Recurso com um gol olímpico de Ralf! Um gol não, um golaço, com batida forte e certeira, atravessando todo o gol, caindo nas costas do goleirão de Pirambóia! 3 x 0

A grande preocupação do Sem Recurso para o segundo tempo era as bolas nas costas da zaga e foi assim que saiu o gol, em forte lançamento. De certa forma foi falha da zaga, pois se este blogueiro se recorda bem, a bola partiu de um tiro de meta, caindo nas costas de Felipe e Cegão, no pé do atacante que não deu chances para ET. 3 x 1

A alegria de Piramboia durou pouco pois o homem Hugonaldo foi até lá pra brilhar: recebeu lançamento no flanco esquerdo, já podendo chutar a gol, driblou o zagueiro, já podendo chutar a gol, limpou o goleiro, já pondendo chutar a gol e "meudeusdocéu chuta essa bola pelamordedeus" já no canto direito, perdendo o angulo para o arremate, finalmente efetua a finalização praticamente matando a partida. 4 x 1

Então a partir dos 35 minutos a equipe visitante naturalmente mostrou cansaço e comecou a ser encurralada por Pirambóia. Em ataque após ataque todos se viraravam pra salvar as investidas, mas não conseguia manter a bola no pé e um pequeno e rápido sufuco foi armado. Em lance de chute já dentro da área, Cegão salva com o peito quase na linha do gol e o malandro assoprador de apito da casa aponta penalti. Evó, Barduco, Hugo e outros pressionaram muito, entrando na mente do atleta que iria efetuar a cobrança e a falação deu resultado pois este chutou rasteiro pra fora!

O Sem Recurso jogou limpo durante toda a partida com pouquissimas faltas. Na única falta em posição mais perigosa, saiu mais um gol de Pirambóia, após um erro de cobrança, efetuando um segundo lançamento, pegando Cegão nas costas e Carioca desprevinido sem poder evitar o cabeceio no canto de ET. 4 x 2

A pressão continuava e em disparo da meia lua novamente Cegão evita em cima da linha, agora com o pé, dando o rebote infelizmente para um piramboiano qualquer, que conseguiu chutar e fazer mais um. 4 x 3.

Nesse momento o Sem Recurso já conseguia sair do sufuco, já voltava a rodar a bola nos pés e este último gol foi mais um certo azar do que própria pressão de Pirambóia. O assoprador resolve dar 8 minutos de acréscimos, apesar de muita chiadeira dos visitantes. A equipe soube segurar a bola, passou de pé em pé gastando o tempo. Flávio e Daniel com ajuda de outros, fizeram aquela catimba no ataque, segurando a bola no escanteio, Daniel driblou quatro na sequencia e assim foi fazendo o tempo passar. Quando já estava com pelo menos 10 minutos de acréscimos, finalmente o juiz desistiu de tentar o empate de Pirambóia e encerrou o certame!

Um pequeno vucovuco foi formado ainda com bola rolando e com o final da partida o ringue foi liberado. ET lá de sua área começou a mandar todo mundo tomar no cú, o que espantou alguns companheiros de equipe, sem saber o motivo. Com o apito final, o atleta Barduco que é briguento por natureza, nosso maradona embutido, já iniciou a discussão com o goleirão de Piramboia que estava sentado, trazendo consigo Evó, Hugo, ET e outros mais. A situação foi acalmada pela turma do deixa disso e findada o desentendimento foi se descobrir que enquanto estava em campo, Evó sentiu coceiras em sua região do pagode e ao se alivar coçando o saco, enfureceu o banco de reservas de Pirambóia, que havia confundido a movimentação de Evó com um gestual genitálico de baixo calão provocativo. O blog prefere acreditar nessa versão mesmo. Já Carioca, quando todos estavam se desuniformizando, fazendo aquela resenha pós partida, soltou: "esse outro carioca aí chegou e fez um gol olímpico, eu no meu primeiro jogo fiz o que? Fudeu!"

Uma enorme vitória do Sem Recurso, que soube usar a posse de bola a seu favor, criou muitas jogadas de ataque, atuando compacto e unido.

Notas e avaliações individuais:

ET - 9 - duas defesas e até gritou SAAAAI

Carioca - 8,5 - obediente e seguro

Cegão - 9,5 - salvador

Evó - 9 - joga bem em qualquer área

Pelé Branco - 8 - ainda está esbaforido

Felipe - 8 - recuperando jogo na linha

Barduco - 8 - quase entregou a paçoca

Caio Quini - 9 - toca penteando o cabelo

Simento - 8 - fez o feijão com arroz

Flávio - 9 - muita dedicação