segunda-feira, 29 de julho de 2019

A bola pune


A última partida do Sem Recurso FC se transformará em aprendizado e crescimento se os jogadores souberem administrar as razões e emoções decorrentes. Em nova visita  a Associação Atlética Ferroviária, derrota maiúscula por três tentos a zero, porém a forma e o momento em que os fatos ocorreram, leitor deste blog, é de se orgulhar, de se envergonhar, de se admirar, de se enraivercer e de se refletir sabiamente.



Compareceram ao estádio particular, de capacidade de 3.500 pessoas, 38 pessoas, já considerando todos os atletas, comissões técnicas, funcionários do clube como porteiro e almoxarifado e também o juiz. Não havia bandeirinhas, tampouco o atual moderno sistema VAR.
De uniforme branco, a segunda opção de fardamento da equipe semrecursense, estiveram presentes: Yuri, Cegão (febril e amoado), Bunda, Manolo (generoso ao distribuir heinekens recém conquistadas), Pelé Branco, Barduco (banhou se pelado após o jogo), Maffia, Jorge, T. Donini, Flávio, Daniel Saidera (aparentemente são), ET, Fer Véio e o nota de cem Coelho. Os três últimos iniciaram a partida esquentando as nadegas no cimento.
Eram 9h45 da manhã do dia 28 de julho deste ano corrente quando o Sem Recurso FC completou seus melhores 45 minutos de futebol em sua história. Domínio total do adversário, zaga postada, volantes balançando em conjunto, laterais apoiando alternadamente, meio campistas avançados criando situações e atacantes sedentos pelo gol. Mas como em um deserto, não houve água para molhar a boca. E muitas chances foram criadas, mas muitas chances. Para ser conservador, foram criadas 2 ou 3 oportunidades claras de gol e outras 8 que por falta de capricho a mais não se concluíram em números no placar. Por todo o primeiro tempo a equipe visitante martelou e martelou e martelo e nada. Só que no futebol existe um velho ditado: a bola pune.
Aos 43 min, em tentativa desorganizada de contra ataque, a Ferroviária faz um longo lançamento para seu 9, que claramente, obviamente e vergonhosamente impedido, domina a pelota, em vantagem métrica espacial deixa os backs pra trás e finaliza no canto esquerdo do quase semi deficiente visual Yuri. Gol da AAF. Muita reclamação do Sem Recurso FC, o banco se levanta e não acredita que o apitador não indicou a ilegalidade da jogada. Fim de primeiro tempo, cabisbaixos e enfurecidos, descansam os atletas de pouco recurso.



Pausa para fatos curiosos: Maffia levou um bolada no saco e nutellamente pediu pra sair; Saidera aos 14 min teve que se aliviar no toillet (n°2) e chamou Coelho para segurar as pontas.
Na volta do segundo tempo, ET, Fer e Coelho foram acionados. E logo aos 7 min em bela jogada de cruzamento e cabeceio (flash back do último jogo vs Rebola) a Ferroviária colocou a bola no fundo das redes pela segunda vez. Um balde de água fria enorme nos atletas que já estavam com moral danificada. Um jogo que estavam completamente dominado em poucos lances se transformou em uma virada difícil de acreditar. 
O médio atacante Flavio Pires estava irreconhecível. Seus fortes e certeiros chutes estavam murchos e sem direção. Daniel Saidera estava lúcido e atento as jogadas, algo incomum e não soube o que fazer, onde ficar, pra que lado chutar. Jorge teve chance clara com gol aberto, em assistência que veio 12 cm mais longe do ideal, e todo esticado acertou o travessão. Tiago estava sem giz no bico do taco e todas as bolas espanaram. Quantas chances de gols perdidas!
Em lance que este repórter pouco lembra, o terceiro e aniquilador gol da AAF.



A incompetência dos atacantes, o momento em que ocorreram os primeiros gols e a bela ajuda do assoprador do apito decretaram a triste derrota. Mais uma...
A equipe comandada por Daniel Pires terá de aprender com este jogo e crescer. 
O que se tira de positivo é a clara evolução que a equipe sofre, com posse de bola, zaga postada e meio paciente.