segunda-feira, 8 de julho de 2019

Rebola 2 x 2 Sem Recurso FC


Os termômetros caipiras da cidade de Botucatu marcavam redondos 7°C quando o esquadrão futebolístico do Sem Recurso FC entrou em campo no gramado do anfitrião Rebola. O vento que soprava em direção nor-noroeste fazia com que a sensação fosse congelante.
Essas foram as condições climáticas na difícil partida enfrentada pelos 13 heróis esquimós que se voluntariaram ao chamado do técnico Daniel Pires. Com muito pesar, ele selecionou Manolo para esfriar o banco em conjunto do freelancer Cassinho. Titulares foram Yuri; Bunda, Beto e Felipe; Cegão, Maffia, Barduco e Pelé Branco; Jorge, Thales e Flávio num 4-3-3 com a bola e 3-2-2-1-1-1 sem ela.



Antes da bola rolar, o técnico motivou a todos ao oferecer um vinho de 90 euros ao jogador de melhor desempenho, a ser escolhido pelo olheiro Afonso, atleta lesionado ao tentar uma rasteira em sua moto em movimento. Outro acontecimento pré jogo foi Felipe comparecer apenas de shorts e blusinha "tactel" dizendo que não sentia frio e minutos depois tentou sem sucesso entrar em campo vestindo um pullover debaixo do fardamento semrecursense. O mesmo também disse querer ver o meio campista Barduco 8 tomar banho, fato que não foi apurado como consumado findada a partida. 
O primeiro tempo da partida seguiu vários minutos até que o Sem Recurso se encontrasse em campo, como já é de costume. Provavelmente a infinita indefinição de esquema tático faz com que os craques se transformem em pernas de pau. Em muitos jogos, a magia nunca é desfeita. Ocorreram lances de perigo lá e cá, e o Sem Recurso chegou a ser vazado, não fosse o braço engessado de Manolo estar levantado no lateral do campo, atuando como auxiliar da arbitragem. Impedimento! O mesmo ocorreu quando Jorge completou um cruzamento praticamente debaixo dos paus estufando as redes. Também anotado offside. Os dois lances foram muito polêmicos e teve muita xiadeira dos dois lados. Infelizmente o Rebola não segue os padrões internacionais ludopédicos e no dia do jogo não havia VAR instalado. Em lance isolado, o alucinado Thales numeração 11, rodando a volancia sem aparente motivo, recuou a bola sem observar que uma dupla famigerada de atacantes rebolianos estavam a espreita. Ainda teve a audácia de gritar "vai Barduco" ou "vai Cegão" se safando da responsabilidade. Foi inevitável a fatalidade do contra ataque sem aviso e tão próximo as redes defendidas por Yuri. O contra ataque foi inevitável, já o gol em si...
No arremate a gol, Yuri caiu seguro em direção a pelota, mas no percurso um morrinho fez a bola quicar, enganando o goleiro.
O repórter deste blog entrevistou após o certame 5 jogadores, que unânime disseram: "Frango não!Foi falha. Deveria ter defendido". O Blog mantém a descrição acima apesar dos relatos de quem lá estava e viu. E assim encerrou se o primeiro tempo.
No intervalo, os bons zagueiros Bunda e Felipe foram sacados para a entrada de Manolo, patrocinado por Madeirão. Cassinho largou o chimarrão que estava sugando e também foi a campo. O esquema mudou para o 4-4-2. O técnico prefere a nomenclatuta 4-2-2-2 mas os atletas não entenderam e tiveram que ser esclarecidos.
O segundo tempo nada teve de frio ou congelante. Muitas disputas, muito corre corre, várias faltas e algumas entradas duras, sobretudo por parte da equipe do Sem Recurso FC. É costumeiro os jogadores entrarem firmes e escutarem reclamações dos adversários. Barduco, Cegão e Tiago são exemplos de atletas que normalmente abrem a caixa de ferramenta quando se esquentam ou quando acham necessário. Mas os lances executados por um zagueiro adversário foram tristes e vergonhosos. O árbitro observou mas aplicou apenas cartão azul, permitindo que voltasse a campo este brucutu de chuteiras, para que pudesse continuar. Também o time adversário entendeu que ele pudesse continuar.



O Sem Recurso em lances de ataques seguidos conseguiu o empate e a virada! Primeiro com Beto empurrando pra dentro, num bate rebate desgraçado na área após cruzamento de falta. Depois com Flavio, em rebote de jogada de Cassinho, que fez um enorme fuzoê na ala esquerda do Rebola.
Esse fuzoê somado ao momento do jogo, em que o Sem Recurso virou o jogo, esquentou os ânimos. Barduco estava nervoso e não se controlava, apesar do pedido do goleiro, dos zagueiros, dos laterais, de seu parceiro volante e dos atacante. Cegão como técnico cruzou duas vezes o campo para pedir que se concentrasse no jogo. Mas o volante de numeral 8 estava fora de si.
Na opinião deste blogueiro naquele momento o time deveria estar com os pés no chão, fazendo o tempo passar, controlando a bola. Mas o momento nervoso da equipe e em especial do atleta citado fez com que se perdesse essa oportunidade.
Em saída de bola desastrosa de Cegão, o Rebola armou um bom contra ataque e em excelente jogada de cruzamento e cabeceio, conseguiu o empate.
Então veio o lance que encerrou a partida, com o zagueiro brucutu enfiando o pé em Cassinho de maneira totalmente desnecessária e perigosa. Brigas, discussões, ameaças. Apito final.
Um representante do Rebola veio ao vestiário do Sem Recurso FC pedir desculpas pelo ocorrido. O jogo terminou aos 53 minutos, segundo relógio de quartzo mantido por nossa equipe.

Destaques individuais:
- Yuri. Fez várias belas defesas, deu gemidos e gritões, uma atração à parte. 
- Bacia, cresceu muito, toque de bola refinado
- Pelé Branco, segundo Afonso não errou nenhum lance, ganhou o vinho.