Para enfrentar o time Baldi FC, a equipe do Sem Recurso FC voltou ao local de sua criação, o estádio onde tudo começou, o gramado que abriu as portas do futebol caipira sem recurso para o mundo! Estamos falando do estádio Professor João Roberto Pilan, mais conhecido como Inca.
Como o filho pródigo que a sua casa retorna, foi com grande entusiasmo que os atletas reencontraram a cancha que os uniu num fatídico domingo há tempos atrás...Saudosas lembranças daquela partida vencida por 5 x 2, de virada no intervalo, após hidratação com gatorades sabor cevada. Mas o filho pródigo estranhou o tapete da casa no retorno...o gramado estava lastimável. De longe parecia que estava horrível, e de perto parecia que estava longe. Havia 3 tipos de grama e 1 de braqueara, não havia linhas de marcação alguma, nas redondezas das metas até a marca do pênalti era um terrão só e a terraplanagem inexistia, criando assim morrinhos artilheiros, morrinhos zagueiros, morrinhos de tudo quanté tipo.
Se apresentaram à convocação do técnico Rafael Bacia os seguintes comandados na formação 3-4-3: ET; Bunda, Barduco e Manolo; Caio Romero, Maffia, Cegão e Felipe; Jorge, Thales e Afonso. A espera de um milagre no banco ficaram Yuri, Fer Véio, Léo e Shazam. O siricutico de professor Pardal atacou de novo em Bacia e ele posicionou Barduco entre os zagueiros e Cegão na volancia. Os dois velhos medalhões da equipe, com muita rodagem pelos gramados, em poucos minutos se ambientaram às funções determinadas.
A presença de Shazam e Léo, ausências frequentes no plantel e os desfalques de Pele Branco, Flávio Pires e Daniel Saidera com certeza confundiram os espiões adversários, que tiveram que se reestruturar minutos antes do início do certame.
A partida:
A posse de bola inicial foi do Sem Recurso e já aos 4 segundos de partida Barduco se embananou todo ao pisar na bola e quase caiu ao chão, se recuperando rapidamente, tocando de lado e erguendo o queixo como se tudo estivesse em ordem.
As duas equipes se estudaram no início de jogo, com avanços ponderados na tentativa de pouco expor as defesas. Porém o Sem Recurso tem o DNA vertical e quando esta com a bola nos pés ataca o quanto antes, em rápidas disparadas, lembrando muito as equipes do Egito na Copa de 74 e a Nova Zelandia nas eliminatórias oceanicas de 93. Essa estratégia é o ponto forte e ao mesmo tempo o ponto fraco, pois muitas vezes os laterais e até mesmo os zagueiros são surpreendidas com homens nas costas.
O primeiro gol sofrido pelo guarda redes ET foi aos 15 min, em total lambança entre o ex jogador de futebol Barduco e o durão Manolo. Em cruzamento na area, os dois foram afastar o perigo juntos, mas Barduco chegando mais rápido, deu uma casquinha de cabeça pra tras na redonda, em direção a seu gol, matando Manolo no lance. A bola sobra para os famigerados atacantes baldianos que não deram oportunidades para o goleiro ET mostrar serviço.
Manolo já é conhecido pelo seu estilo rústico e bruto, fumando paiero antes e depois do jogo, distribuindo pernadas nos jogadores adversários, sem papas na lingua quando enfrentado e possuidor de uma espingarda no balcão de sua loja pra atender bem os clientes. O toque final no bicho do mato foi o bigode grosso que agora ele desfila amendrontando as crianças, senhoras, padres, cachorros e atendentes do comércio. Não é de se admirar que Bunda jogava sobrecarregado com dois atacantes a tira colo enquanto Manolo andavam num vazio constante de 5 metros de raio.
A equipe do Sem Recurso ferida com o gol levado, foi ao ataque e após algumas tentativas, conseguiu vazar as redes da meta oposta. Com uma assistencia cirurgica de Maffia e corta luz providencial de Caio, o japones paraguaio Jorge recebeu a pelota de fronte a zaga postada, ultrapassou os defensores, armou o chute e em bela finalização acertou as redes nas bochechas do gol. Gol do Sem Recurso!!!
A equipe do Sem Recurso ferida com o gol levado, foi ao ataque e após algumas tentativas, conseguiu vazar as redes da meta oposta. Com uma assistencia cirurgica de Maffia e corta luz providencial de Caio, o japones paraguaio Jorge recebeu a pelota de fronte a zaga postada, ultrapassou os defensores, armou o chute e em bela finalização acertou as redes nas bochechas do gol. Gol do Sem Recurso!!!
Jorge, o sushi man, teve outra chance de aumentar o score para sua equipe em fantástica cobrança de falta, exigindo do goleiro adversário uma complicada defesa no pé de seu poste esquerdo.
O segundo gol sofrido por ET foi uma jogada infeliz, em bate rebate na altura da meia lua, onde os adversários chutaram em direção a meta semrecursense, a bola desvia na corcunda lisa de Maffia, muda a rotação esférica de anti horária para horária, quica dentro na pequena área e engana o amoado goleiro ET, sem novamente ter culpa no tento contra os paus que ele defende.
Houveram algumas outras oportunidades de chutes a gol, em especial com Cegão que pegou um zagueiro distraído, tomou facilmente a bola de seu domínio e avançou até a grande área. No momento do chute, um dos morrinhos elevou a bola em 2 centímetros e o que era um certeiro chute rasteiro tornou se um canhão a céu aberto.
Para o segundo tempo a orientação foi de entrar ligado na partida evitando repetir as cagadas em partidas anteriores, levando gols em jogadas com atletas de corpo mole. E o time entrou ligado, bem posicionado na defesa, atacantes de olhos abertos esperando por bolas de contra ataque.
Afonso, um desses atacantes fez o momento Madeirão da partida. Em típico lance deste atleta, tentando domínio da gorducha no meio campo, rodeado por três jogadores do Baldi FC, Afonso parecia um boi bandido esperneando pra cá, esperneando pra lá, chifrando o ar e a poeria subindo, protegendo sua jogada com o corpo, abrindo os braços pra criar apoio e tentando de todas as formas se ver livrede marcação para poder jogar. Finalizando em grande estilo, Afonso chuta forte sua própria perna esquerda com a direita e se estabefa no meio campo já cansado por 8 segundos de muito suor na bolha agitada em que vive a sua mente. O curioso foi que além de os três adversários pouco tentarem roubar a bola neste show de rodopios e maluquices, a bola permaneceu sem movimento no chão o tempo todo.
O empate veio com um gol anotado pelo meia Léo, em tabela com Thales. Praticamente sem ângulo e já sem esperanças de que alguma jogada útil fosse executada no posicionamento em que se encontrava, Leo desfere um forte kick em direção a meta balidiana. Caso fosse de menor potência, poderia ser considerado um cruzamento, talvez uma assistência, pois ele se encontrava em cima da linha de fundo. A bola rebate na coxa esquerda do zagueiro vestindo uniforme amarelo, muda bruscamente de direção e morre nos fundos das redes. Este blog vive de informação e da verdade, e o gol foi contra. Mas na súmula o pobre coitado ET, que estava no apito e que já havia sofrido muito no primeiro tempo, anotou como gol do atleta numeração 10- Leo. Empate do Sem Recurso!
A torcida foi ao desespero quando Cegão mais uma vez teve chance de fazer seu gol, dessa vez para virar a partida! Em excelente jogada tramada com Leo e Thales, este que é um belo exemplar de atleta, recebe em ótima situação de finalização, na velocidade como não poderia ser diferente, domina com cuidado e bate no contra pé do guarda redes. A bola passa a 60 centimetros da trave e vai pra fora. O jogador foi consolado pelos colegas com frases como "só perde quem está lá" e também com "puta que pariu, se você faz aquele a gente ganha o jogo".
O goleiro Yuri, que entrou como reserva no segundo tempo, fez uma impressionante defesa, com vento nor-nordeste contra sua meta. Em chute alto no meio, Yuri apenas levantou os braços e congelou a bola em suas mãos, sem quaisquer movimentos do corpo e braços. Surpreso com o que havia acabado de fazer, fez uma cara de "caguei nas calças" e recolocou a bola em jogo.
O Baldi FC quase colocou água no chopp semrecursense. Em chute ou cruzamento vindo do lado direito, a bola pega carona com o vento, sobrevoa a área, passa por cima de Yuri e cai no travessão, saindo em linha de fundo. Quase o terceiro e arrepiante gol do Baldi.
Destaques individuais e bolas murchas:
- técnico Bacia não consegue fazer o time vencer
- Caio Romero foi aclamado pela crítica e levou troféu Kopenhagen de melhor do dia
- Shazam durou 15 min em campo, mostra avanço de desempenho
- Fer Véio fez segura partida como zagueiro
- Blogueiro destaca a atuação de Thales, participou muito bem em vários lances
- Caio Romero é um lateral que não cobra lateral. Que achado! Grande trabalho dos dirigentes ao contrata lo!