segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Piramboia 2 x 0 Sem Recurso FC

 L`équipe footballistique do Sem Recurso FC desceu a encantadora formação geológica da Cuesta para tirar a nega com o scretch combinado de Pirambóia. Cada equipe somava uma vitória a seu favor e o ano esquecível e interminável de 2020 não poderia terminar sem que uma última partida fosse realizada.

No trajeto realizado em comboio de viaturas particulares, os atletas se dividiram em grupos por afinidades: carro da diretoria, carro do furdunço, carro anti covid e carro do peido.






Seguindo as regras de distanciamento social, não houve torcida presente para assistir o match, descontando apenas uma senhora que passeava com carrinho de bebe e três senhores alcoolizados no barranco vicinal ao campo.

O experiente e cada vez mais senhor de sua função, técnico Fernando Ramos "Fer Véio" teve uma surpresa no momento do embarque: o secretário da presidência/atacante Afongol não compareceu e se tornou um desfalque de última hora. Reforçado por essa ausência, o alegórico professor escalou a equipe com Yuri; Cesinha, Beto, Manolo e Pelé Branco; Barduco e Maffia; Cegão, Thales e Flávio; Tiago Donini na ponta do ataque, a esperança certa de gols. No banco estiveram Lozano, Júlio, Carlinhos da Cigana, Silas e Sem Sintomas, além da presença de Lorenzo Donini e o quase recuperado de troca de joelhos Tiago Coelho, numeral 55.



A partida: a estratégia definida pelo Sem Recurso seria de dominar o controle da bola pois o combinado de Pirambóia trazia atletas muito jovens e velozes e magros e lisos e serelepes e com dois pulmões, contrastando com o perfil reunido por Fernando Ramos. Mas não deu certo de inicio pois os adversários dominaram e tiverem 150% da posse de bola nos primeiros 12 minutos. Quando enfim a equipe tinha um momento de respiro com um tiro de meta, as falhas apareciam: cobranças direto pra lateral, erros ridículos de saída de bola, toques de bola horrendos pro colega dominar na canela, domínios sem precisão.

Aos poucos os atletas experientes da equipe com larga vivencia sem recursense colocaram a mão na consciência e decidiram tomar difícil decisão, pedindo pra sentar no banco, tomar cerveja e ver o caos lá do banco mesmo que é mais fácil, começando por Manolo, depois Maffia, depois Cesinha...

Atacando a estibordo, após sobra de levantamento na área, a bola cai para o Black Back Beto fazer cruzamento rasteiro (dizem que foi chute a gol) que não foi interceptado nem por zagueiros ou goleiro, encontrando Tiago Donini no lado oposto, que estava a dois metros da linha debaixo dos postes. Com a bola dominada e goleiro voando a seu alcance, Donini efetua o arremate tentando evitar o goleiro, erra no cálculo e incrivelmente chuta pra fora! Um gol certo perdido!

Em cobrança de falta aos 32 minutos, Flávio Pires nos ofereceu o lance MA DEI RÃO da partida. Distante 4 metros da grande área, a confiança em Flávio era grande para finalmente o Sem Recurso balançar as redes. Talvez distraído pela tenda de circo armada ao fundo do rústico estádio de Pirambóia, o ex gordo meia atacante chuta muuuuuito longe dos paus, num bisonho chute de esquerda, acertando os equipamentos circenses, gerando bullyings, chacotas e gargalhadas do banco de sua equipe.

No último lance do primeiro tempo, após várias tentativas parando no enorme guarda redes Yuri e no travessão, o talentoso jogador adversário numeral 5 prende a bola na linha da grande área e é apenas observado por Beto e Julio. Sem sofrer qualquer tentativa de desarme, desfere bom chute a gol pegando o ágil Yuri de surpresa, fazendo a pelota cair dentro das redes. Gol dos donos da casa.



Para o retorno, ficaram em boa prosa no banco de reservas Barduco, Cegão, Manolo, Maffia, Coelho e Fer Véio. Que grupo! Em campo suavam a camisa o jovem minino Lozano, o volante Silas (volante? ou meia?) e o lateral Sem Sintomas (lembrando muito o Athirson do Flamengo, uns 18 meses depois que ele encerrou a carreira) e o xodó da torcida e da Cigana, Carlinhos da Cigana.

Carlinhos foi escalado aberto pela direita, sendo que quem o conhece sabe que ele produz mais pelo lado esquerdo. Abre o olho professor!

Após muita disputa dos dois lados, mais chances para Piramboia é bem verdade, o Sem Recurso FC quase empata a partida! Em jogada pelo lado esquerdo, cruzamento perfeito do atleta *, Silas tem claríssima oportunidade de gol. De frente para os paus, a 3 metros da linha de gol, sem marcação, bola na altura da cabeça e...cabeceio em cima do goleiro!!! Não é possivel!!! Do banco Cegão já pulava comemorando o gol.

*falha estatística da reportagem do blog

E quem não faz toma. Em lance veloz de Piramboia, apoiado entre outros pelo atleta "Pica Pau" (assim apelidado por Fer Véio) uma trama nas proximidades da area acaba se tornando em tabela e chute forte sem chances para Yuri. O goleiro ainda reclamou de um impedimento, que nem mesmo o VAR conseguiria anotar devido a tamanha bagunça e corre corre na area neste fatidico e derradeiro lance da partida.

Final de jogo: Piramboia 2 x 0 Sem Recurso.

Destaques do jogo:

Flávio, Thales e Cegão nada acrescentaram ao ataque, fazendo bosta nenhuma pela equipe. Fer repetirá o trio? Em breve saberemos. Nota 5,5

Donini perdeu gol que não poderia perder. Tem crédito com o time. Nota 5,8

Yuri 3 defesas belas, não teve culpa nos gols. Há quem diga que no primeiro gol sofrido se pesasse 40 kg a menos e enxergasse 75% a mais, talvez poderia ter ao menos tentado uma defesa. Jamais saberemos. nota 6,3.

Maffia: o melhor em campo, pasmem, por seus desarmes e raça. Dividiu, desarmou, atrapalhou, confundiu. Ajudou? Muito! Foi intencional? Jamais saberemos. Nota 6,7






terça-feira, 10 de novembro de 2020

Voltamos!! Baldi 3 x 3

Caros leitores e leitoras,

Após a pausa das atividades futebolísticas devido a pandemia do Covid-19, o Sem Recurso FC voltou aos gramados no dia 8 de Novembro. O adversário escolhido a dedo pelo secretário Afonso foi o Baldi FC, corriqueiro parceiro da várzea botucatuense e a partida ocorreu no ótimo campo da ADPM.

Vários atletas não compareceram devido ao respeito do distanciamento social indicado para o momento e fizeram falta no decorrer da peleja. O velho invicto professor Fernando Ramos teve a disposição a seguinte relação de atletas: Yuri, Carlinhos da Cigana, Beto Black, Barduco Pitbull da Cuesta e Pelé Branco; Maffinha Pep Bacia, Cezinha, Thalesmã, Afongol, Kassinho e Tiago Donini, nosso homem gol. No banco, além do véio, estavam Leo Lozano, Silas, Jorge e o "Sem Sintomas", alguns extras chamados de emergência.

Estiveram presentes acompanhando a partida Coelho, Cegão no primeiro tempo e Manolo no segundo tempo. Este repórter que vos escreve só pode acompanhar alguns lances do primeiro tempo e para isso contratou Thalesmã para completar o texto.




Do pouco de bom futebol que pode-se assistir, são destaques do primeiro tempo:

- Maffia pedindo substituição cansado aos 9 min

- disputas aéreas dentro da área de Yuri Mito, uma delas resultando no primeiro gol baldiano

- um pulo invertido (quando se pula pra baixo) do mesmo goleiro Yuri, tentando defender excelente chute do atacante adversário, segundo gol do Baldi

- Pênalti, gol e comemoração em êxtase do eficiente Donini.

O segundo tempo começou com os mesmos atletas que terminaram o 1o tempo, com o técnico apostando no encaixe do time na meiuca do final do primeiro tempo. Porém, não demorou muito para que o time do Baldi, após uma troca de passe envolvente à frente da zaga do sem recurso, colocasse o atacante de frente para o arqueiro Yuri, e sem muito esforço, desse um toque para encobri-lo. 3x1 Baldi. Um baldi de água fria para um time que lutou e tinha voltado para o jogo.

Após 15 minutos, o técnico fer resolveu mexer. Barduco pediu para sair (com cometário, no mínimo maldoso de Manolo, comparando-o com um barril de pinga) e Afonso entrou para compor a volância. Logo depois, Thales entrou no lugar de Jorge para tentar dar mais velocidade ao ataque. E deu certo. Após troca de passe entre Maffia, Thales, Léo e chute forte cruzado de Thiagão, o goleiro não conseguiu encaixar e a bola sobrou limpa dizendo "ME CHUTA". Carlinho ouviu as preces da redonda e fuzilou para o gol já vazio. 3x2 e muita gritaria por parte do gigante da cuesta, com a voz marcante e semi rouca de Donini. Esse ligado no 330v !

A partir daí o jogo ficou aberto. Yuri tirou com os olhos uma paulada de fora da área, que acertou o poste do arqueiro. Enquanto isso, a cada bola nas mãos do goleiro adversário, era uma cera típica de copa sul-americana. Sentindo o anti jogo do adversário e com maior domínio no meio, muito pela boa disposição dos atletas contratados de última hora Silas e Sem Sintoma, o time chegou ao empate! Silas puxou contra ataque, serviu Thales que de fora da área deu um chute- assistência para o iluminado! Numa fase FANTÁSTICA, e com uma frieza de skimó, Thiagão ameaçou o chute, deixou o goleiro na saudade, lambendo a lona e só não entrou com bola e tudo porque teve humildade!



3x3 e jogo indefinido!

Daí veio o lance pra lá de polêmico. Ou melhor, o lance pra lá de roubado! Um assalto contra o sem recurso, digno de jogos contra a Ferroviária dentro da Ferroviária. Em bola quebrada, cesinha deixou a pelota pingar uma vez e o atacante do Baldi veio para disputa. Num jogo de corpo normal entre os jogadores, o atacante deu um mergulho dentro da área, e o juiz, que estava na linha do meio de campo, não teve dúvidas: invocou o PC de Oliveira quando apitava jogo na arena Corinthians, apontou a marca do cal! Pênalti e uma revolta jamais vista em campo.

Parte dos jogadores do Baldi assumiram que não marcariam o pênalti. Jogadores do SRFC cercaram o juiz. Cezinha deu um golpe de judô no liso "Sané" e o rolo começou.

Após muito bate boca, Thiagão chutou a bola para fora e avisou que o time sairia de campo. Depois de conversar e abaixar um pouco os ânimos, Yuri com uma serenidade de quem parece que tinha vindo do futuro disse: "Deixa bater. Não vai ser gol. Eu vou pegar!" Essa confiança encheu o time do sem recurso de esperança, ao mesmo tempo que fez as pernas do batedor do adversário tremerem! Dito e feito! Um chute a lá Baggio, por cima do gol do mito! Valeu a velha máxima: "pênalti que não é, não entra!"

Logo depois, o juiz não satisfeito, não marcou pênalti claro em Kassinho, para mais protestos da equipe azul-grená !

Fim de jogo! 3x3! Baita recuperação e espírito de luta! Equipe toda de parabéns, além dos atletas que foram prestigiar e hidratar com cerveja.







terça-feira, 10 de março de 2020

SRFC 5 x 1 Inter de Botucatu

Os atletas da equipe de futebol amador caipira do Sem Recurso FC atravessam uma excelente fase empilhando gols e acumulando vitórias, numa sequencia nunca antes vista de tremendos resultados! São três vitórias em três jogos! São 16 gols feitos e apenas 7 tomados. Sim, você leu certo, você não errou de blog! Esses são os números alcançados por esta folclórica equipe.
Em clima de despedida do verão paulista, num domingo de sol a pino, no campo da ADPM o scret semrecursense se apresentou a técnico Fer Véio (que é tão velho que possui agenda de telefone residencial espiralada e na página da letra "J" consta o dizer Joãozinho Halevange) para enfrentar a recém nascida equipe da "Internazionale de Botucatu" em sua partida de estréia. A Inter de Botucatu relaciona atletas conhecidos como Guido nos postes, Kassama, Juan, André e outros.
Por se tratar de um um time estreante nos gramados, as lideranças do Sem Recurso reforçaram a necessidade de não baixar a guarda, evitando a suposição de um jogo menos equilibrado. Foi comandado muita intensidade, atenção na marcação e eficacia no ataque.
Fer Véio escalou a equipe com o arqueiro ET, Cegão, Beto, Manolo e Carlinhos; Maffinha, Barduquinho, Flávio e Thales; Afonso e o artilheiro disparado Donini. Sentados debaixo do sol ficaram Yuri, Daniel Saidera, Jorge, Kssinho e o extra Cezinha.



A partida:
Logo no inicio do jogo, após os dois times tentarem algumas ciscadinhas no ataque oposto, Carlinho amante da Cigana bate perfeito escanteio para forte testada do beque Beto Black pro fundo das redes! Um belo gol que deu muita calma para a equipe no decorrer da partida.
Com muita paciência o Sem Recurso rodou a bola em sua zaga e meio campo, tentando encontrar lances em profundidade e assistências. E foi dando certo, finalizando a primeira etapa em 4 x 0. Gols de canela de Afonso, de chute desviado de Donini e outro deste mesmo atacante, descrito assim por ele mesmo: "Thales  jogou a bola no vazio, ganhei no corpo a corpo com zagueiro e toquei na saída lá no cantinho da trave, sem chances ao bom goleiro Guido". Porém o lance que marcou o primeiro tempo e o jogo todo foi de ET com sua cômica tentativa de DEFESA de um bem dizer lentíssimo RECUO. É o lance MADEIRÃO do domingo:
Por volta dos 27 minutos, o guarda redes Sem Recurso ainda não havia sido testado (não que precisasse) e em tentativa de ataque a bola acaba indo vagarosamente em direção a deserta área de ET. Este mesmo aguardou um pouco, bebeu água se protegeu do sol e lá foi fazer a defesa. Em pose ridícula se abaixou com as pernas abertas, suas mãos de alface conseguiram deixar a bola escapar e não fosse a atenção redobrada de Manolo, que correu para em cima da linha meter uma bica pra fora, ET teria levado o pior e mais embaraçoso frango de sua carreira.
Houve quem temesse que Manolo chutasse para dentro do gol, em repetição a típicas jogadas absurdas do passado semrecursense.



Pro segundo tempo, uma natural desaceleração da equipe, controlando o adversário que pouco pode fazer. Em erro de passes no meio campo, a bola sobra para o 9 oposto correr, driblar o engessado arqueiro reserva de segundo tempo e abrir a contagem para a Inter de Botucatu. 
O quinto e último gol saiu dos pés de Donini, após muito siricutico entre ele a Afonso, o ex Afongol. Após discutirem como moçoilas "eu bato", "eu bato" Afonso aceitou a estupenda fase de Donini e saiu esbravejando da grande área. Gol do Sem Recurso.
Fer Véio completou sua sequencia de 5 jogos como comandante da equipe e após as 3 vitórias em seguida foi efetivado no cargo.
Ninguém segura o Sem Recurso!!!

Este blog manda um abraço a nossa seguidora Luana Donini, que custa em acreditar nas coisas que aqui lê!




terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

SRFC 4 x 2 Baldi FC

Embalada pela última partida em que venceu o combinado de Piramboia pelo score de 7 x 4 fora de casa, a equipe do Sem Recurso FC não esperou muito e já entrou em campo no último domingo em partida válida pelo calendário caipira de futebol varzeano. O oponente foi o Baldi FC, equipe já enfrentada em outras oportunidades em campos de grande infraestrutura como a Associação Desportiva da Policia Militar (APDM) e a extinta Arena Kopenhagen (campo da Caio).
Esses locais são preparados para receber os atletas e contam com equipamentos como vasto vestiário, pontos de hidratação, banco de reservas coberto, proteção aramada para torcedores, estacionamento para ambas as equipes e torcida, iluminação de LED, sistema de drenagem linfática, redes de fios egípcios nos gols e demarcação de linhas com cal proveniente de jazidas minerais ecofriendly.  Antes da extinção e despejo do Sem Recurso, a Arena Kopenhagen iria receber gramado 91% sintético.
O presidente do Sem Recurso FC Daniel Toledo, entusiasta do jogo raiz e da várzea em seu estado mais crú e bruto estava insatisfeito com o requintado e luxuoso caminho que a equipe estava se acostumando, em jogos com demasiada estrutura e conforto. Decidiu então que marcasse uma partida no conhecido Campo do Rodo, a origem de tantos e tantos pernas de pau botucatuenses, linhagem de jogadores passada de geração em geração neste simbólico campo de futebol. Alí caro leitor, é onde se respira a verdadeira várzea.
Localizado na entrada sudeste de Botucatu, o campo fica no início da Rua Amando de Barros, próximo ao Tiro de Guerra. Está numa baixada onde passa o Rio Lavapés, popularmente conhecido como Rio Bosteiro* devido a fragrância tradicionalmente sentida. Como não possui grades ao redor do campo, caso um atleta chute a gol e caso esse chute não acerte o gol, o que é muito comum, a bola cai no rio e segue viagem. Isso acontece também em uma das laterais. É preciso folego pra descer o barranco e não deixar a água levar a bola embora. O gramado não é cortado e sobrevive por conta própria, contendo partes de altos tufos de erva daninha e também brejos de profundidades rasas. No meio campo não há grama, assim como dentro das duas pequenas áreas. Para ser honesto, em um lado há demarcação de linha lateral do começo ao fim, porém um trecho a linha branca acompanha o desnível de terreno e sobe o barranco de acesso ao campo, ficando 30 cm acima do restante do gramado. Ou seja, quando o lateral sobe pro ataque, ele sobe literalmente. Para os atletas que ficam no banco de reservas existem duas opções: permanecer de pé na calçada ao lado do vendedor de caldo de cana ou atravessar todo o campo e ficar debaixo da árvore num tronco caído entre o brejo e o rio. Não há vestiário, não há bebedouro e as redes dos gols estão furadas.






O clima estava chuvoso, o que tornou as coisas ainda...melhores! Futebol raiz puro, não poderia ser melhor. Faltou apenas a invasão de um bêbado ou cachorro.
Para este dia o notável técnico Fer Véio formou o time com ET; Caio Arruda, Beto, Diogo e Pelé Branco; Maffia, Barduco, Flávio Pires e Cegão, Afonso e Tiago Donini. Sentados no tronco da arvore caída estavam Yuri, Thales, Daniel Saidera e Jorge. Compareceram para dar apoio os lesionados Felipe, Bunda e Coelho. Fer fez alterações na equipe colocando Caio Arruda na lateral e Cegão na meiuca.  A polêmica ficou com a escalação do contratado extra Diogo, em sua primeira partida pelo Sem Recurso como titular, deixando Daniel e Thales na espera.
Jogando um balde de água fria em todo esse ambiente rústico de jogo varzeano, o arqueiro pé de pano ET gritou para vários jogadores “alguém trouxe protetor solar?” Pode se ouvir dois respondendo que “não” e outro que gritou “ah vá cagar ET”.




A partida:

O Sem Recurso aprendeu a tocar a bola! O Sem Recurso aprendeu a ter paciência para atacar! O Sem Recurso aprendeu a fazer triangulações! E agora está colhendo os resultados. Fez uma excelente partida dominando a equipe do Baldi FC em grande parte do jogo. Sofria investidas, é claro, mas estava sempre bem postado com Beto e o seguro e excelente zagueiro Diogo. Caio como lateral acabou preso na zaga e pouco conseguiu ir ao ataque, exceto por uma única vez quando iria se aproximar a área adversária e o juiz apitou final de tempo. Os volantes fecharam as portas com auxílio dos meias, fazendo uma marcação mais recuada.
Apesar de toda essa preparação, quem fez o primeiro gol da partida foi o Baldi, em lance de desentrosamento entre o guarda redes bronzeado ET e o novato zagueiro Diogo. Em cruzamento na altura da cintura, Diogo estranhamente não se movimentou e deixou a jogada proceder, enquanto ET mais parado que uma estátua nada fez para sair do gol e isso foi tudo o que o atacante adversário precisava para empurrar pra dentro. Indagado no intervalo o porquê de se comportar como uma múmia paralitica, o zagueiro disse que esperava que o goleiro fosse sair do gol evitando o cruzamento. Este blog isenta ET e Diogo da culpa e põe este gol na conta do professor Fer.
Pelé Branco que é um jogador de muita habilidade deu um chapéu incrível no meio campo e em longo cruzamento para dentro da pequena área, encontra o avançado Afongol que subiu esquisito e fez um estranhíssimo gol de garganta, a bola pegando bem no pomo de Adão. O que importa é que a bola entrou e o empate foi alcançado! 1 x 1
O novo artilheiro do Sem Recurso Tiago Donini está fedendo gol. Precisa de poucos lances para por pra dentro e assim o fez. Em lance pelo lado esquerdo, deu um fantástico chute no canto oposto, chute forte, certeiro, nas bochechas das redes furadas. Puta que pariu que gol de quem conhece! A moral dele cresceu demais nos últimos jogos e com esse gol se colocou como um dos maiores atacantes da equipe. Mas como nada é perfeito, perdeu na sequencia um gol inacreditável.  Foi lançado sozinho cara a cara com o goleiro bem de longe. Percorreu grande distância, chegou defronte ao adversário e executou um miserável chute na orelha da bola, saindo 1 metro do gol pra fora. Que chance perdida Tiagão!!!
E quem não faz, toma. O Baldi FC conseguiu o empate em 2 x 2 em cruzamento e finalização de cabeça. Mas o placar não assustou a equipe, que continuou com a mesma determinação e concentração. As chances de perigo hora ou outra apareciam tanto de um lado como de outro, e ET ainda deu sorte pela trave o salvar em um lance rápido de ataque.
Esta bola que acertou a trave veio de um forte chute e como já era de se esperar, desceu até o rio e foi embora. O vultuoso goleiro Yuri estava nas proximidades e rapidamente foi ao resgate: desceu o barranco e salvou a bola na agua, porém não raciocinou que seu leve corpo de 14 arrobas teria dificuldade em retornar ao campo. Gritou algumas vezes por ajuda, chegando até a fazer sinal de SOS no chão com gravetos. O goleiro reserva adversário foi solidário e guinchou Yuri M1to lá debaixo do córrego.
Rafael Barduco, o pitbull Felipe Mello da Cuesta, também se safou de se machucar no campo do Rodo, pois em jogada de raça na linha lateral, se jogou para evitar que a bola saísse e deu um chutão pra frente. Ao cair ao solo com seu corpo de formato de barril de chopp 5L, passou raspando de uma pilha de 6 tijolos que algum lazarento montou para sentar e assistir a partida. Foi por pouco e o atleta só deve estar sabendo do ocorrido por esta publicação. Fica a nota de que o pulo foi totalmente desnecessário pois ele estava sozinho e o chutão que desferiu não serviu pra bosta nenhuma.
Outro lance que vale o comentário é a repetição de uma tradição na maioria dos jogos: o quase golaço de Maffia, chegando agora em sua quarta edição. Como um urubu filhote que fica de longe da carniça esperando ver se sobra alguma coisa a seu favor, o volante se posicionou fora da área em jogada de escanteio, aguardando rebote. E o rebote veio mesmo, com a pelota quicando, pedindo o chute a gol. Este atleta acerta com veneno de trivela e dessa vez parecia que sairia o sonhado gol, pois foi um chutaço mesmo! Infelizmente a saga persiste pois a bola acertou as árvores e foi só.
Antes do primeiro tempo acabar, o meia Flávio Pires colocou o Sem Recurso na vantagem do placar em forte chute de fora da área, que resvalou na anca do zagueiro, fez curva elíptica e entrou no ângulo! Um belo gol! 3 x 2 pro Sem Recurso.




No intervalo de jogo o professor Fer Véio manteve a mesma equipe que havia terminado o primeiro tempo. Nessa altura do jogo todos os atletas já haviam entrado em algum momento da partida, e o personagem do segundo tempo foi o menino sapeca Thales, o homem da balada, o atleta que muitas vezes chega pro jogo direto da noitada. Destaque pois saiu de seus ágeis pés o quarto gol do Sem Recurso ao ser lançado em velocidade, finalizando com simplicidade e eficácia, sem chances para o goleiro que rebocou Yuri. 4 x 2.
Destaque também por que foi protagonista do lance MA DEI RÃO da partida. Posicionado como volante pelo técnico Fer Véio, além das qualidades ofensivas Thales faz muito bem a função defensiva com muita correria e marcação, e quando necessário faz o trabalho sujo, jogando de cara fechada e sem se importar em dar chutão pra afastar o perigo. Em um momento de pressão da equipe do Baldi, Thales desafoga a defesa semrecursense antecipando um passe ao armador e da uma bica afastando o perigo que rondava. Mas foi uma bica daquelas, a bola voa a 10 metros de altura, passa pela linha lateral e acerta o paredão cheio de janelas, uma construção assemelhando um prédio que margeia o campo do Rodo. Por 4 centímetros Thales não quebra os vitrais austríacos que ali estavam além de um singelo vaso de 20 kg que fica exposto a luz solar. Foi por pouco.
A equipe do Baldi FC pareceu sentir o golpe e não teve mais capacidade para reverter a diferença no placar. O jogo terminou as exatas 11h00 da manhã.
Os atletas novamente comemoraram muito a vitória consecutiva, após meses a fio sem sair no positivo. Repetiram a dose e levantaram o professor Fer Véio, grande líder desta caminhada de sucesso. Ficou descontextualizada a cerveja longneck Stella Artois saboreada ao final da partida, pois por estar no Campo do Rodo deveria ser Sub Zero e olhe lá.

Nota de roda pé 1: a Prefeitura de Botucatu vem trabalhando nos últimos anos para revitalizar o rio Lavapés.
Nota de roda pé 2: na noite deste mesmo domingo Botucatu sofreu fortes chuvas, causando enormes estragos em toda a cidade. O Campo do Rodo foi parcialmente destruído.




terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Piramboia 4 x 7 SRFC

A equipe do Sem Recurso FC voltou ao distrito de Pirambóia neste primeiro domingo de fevereiro para uma revanche contra o time local, pois havia sido derrotada por 4 x 2 no último embate entre as duas.
No terceiro jogo sob comando do técnico Fer Véio, os atletas vinham sendo muito cobrados pela péssima fase e terrível sequência de resultados: a última vitória da equipe em jogos amistosos oficiais de várzea caipira havia sido há quase um ano atrás, no longínquo 3 de fevereiro de 2019.  Fevereiro de 2019!!! Um ano inteiro sem vitórias, uma verdadeira vergonha esportiva.
Mas neste específico final de semana algo parecia diferente. Havia algo no ar, na terra e na água. A natureza dava indícios de que aconteceria uma mudança. Assim como os pássaros saem em revoada ao pressentirem um terremoto, assim como os cavalos partem em disparada fugindo de um tsunami que não se enxerga, também se sentiu uma atmosfera mística por onde um semrecursense estivesse. Lojas do comércio fecharam suas portas, prefeitura, escolas e hospitais declaram dia facultativo. Bêbados se refugiaram nas igrejas e os cristãos abarrotaram os bares. Uma estranha jornada estava por começar, uma era se encerrava.
Foi organizada a contratação do tradicional frete chamado de Van da Alegria, que buscou todos os jogadores no largo da Catedral Metropolitana de Botucatu. Quase todos, pois Kassinho foi coletado vagando a deriva pela rodovia Castelinho assim como o serelepe Carlinhos, resgatado debaixo da passarela do Shopping, que estava procurando a cigana por quem um dia apaixonou.
O veículo estava abarrotado de jogadores, chuteiras, bolas, uniformes e os essenciais cooler de cerveja para a hidratação pré e pós jogo. O Atleta Rafael Barduco numeral 8, alcunha Pitbull Enjaulado (que ultimamente estava mais pra Lessie submissa) sempre leva consigo algo especial para se bebericar: um licorzinho, um goró de whisky, etc. Mas dessa vez surpreendeu a todos: apareceu as 8h da manhã com um barril gelado de chopp! E argumentou: se a gente ganhar eu abro essa Heineken, se a gente perder ele volta pra casa. A motivação já estava criada, os atletas ficaram com sangue no olho, faca na caveira, não havia mais necessidade de preleção. E nem teve mesmo.
Na descida da sinuosa estrada da Cuesta de Botucatu, o atleta Shazam numeral 5 teve calafrios, ficou pálido e ameaçou regurgitar seu desjejum. O zagueiro Manolo numeral 14 soltava bufas a cada curva, enquanto Kassinho contava detalhes inacreditáveis das façanhas entre Carlinhos e sua cigana. Na frente do fretado, ao lado do motorista estava Tiago Donini de óculos escuros, blusa fechada até o pescoço e cara séria. Pouco conversava. Ele relatou a este repórter que sonhou com o jogo e não tinha conseguido dormir direito. Estava completamente focado em vencer.
Ao chegar no estádio de Piramboia, os adversários cederam gentilmente um vestiário para que a equipe pudesse se organizar e vestir os fardamentos. A dificuldade foi adentrar ao cômodo pois havia uma fragrância distinta no ambiente que afugentou os usuários e apenas o bruto Fer Véio teve coragem de entrar dizendo “só é ruim na primeira cheirada, depois acostuma seus viado”. O time se trocou fora mesmo.



Para esta partida vários atletas frequentes se ausentaram como os goleiros ET e Yuri e os de linha Bertaglia (lesionado) Maffia (em viagem) Daniel (em serviço) e Thales (na balada).
O professor Fer Véio escalou seu scret com Felipe no gol; Cegão, Beto, Manolo e Pelé Branco; Barduco, Lunardi, Kassinho e Flávio; Afonso e Donini. Um 4-4-2 típico. Como opções estavam Shazam e as contratações extras Carlinhos da Cigana, Jeferson e Paulo Vó.
A partida:
O Sem Recurso se organizou para fazer uma marcação segura, sem avançar muito nos volantes e zagueiros de Piramboia. Se avançassem o meio campo, aí sim o bicho tinha que pegar. E essa estratégia funcionou muito bem, pressionando as tramas adversárias, destruindo as jogadas da forma que fosse possível. O time ficou compacto e quando teve a bola sob seus domínios, os atletas souberam ter paciência e utilizar de forma segura os passes, especialmente com os volantes, em destaque os dois titulares Barduco e Lunardi. Barduco dá segurança na cobertura da zaga enquanto Lunardi se aventura mais pelo meio campo, participando com os meias e laterais. Se completam!
Já o combinado de Piramboia apostou em fortes e precisos chutes de fora da área e também lançamentos diagonais, buscando surpreender os zagueiros semrecursenses com seus rápido atacantes.



Com as estratégias bem definidas, clima nublado e gramado decente, o jogo ficou bom mesmo é pra equipe de Botucatu. A equipe avançava tocando de pé em pé e conseguia se colocar por diversas vezes em situação de perigo eminente de gol. Em um desses avanços Kassinho se aproxima da área e desfere potente chute com sua perna biônica e joelho de Lego, que se desmonta fácil. Chute forte, alto, no canto e no fundo das redes!!! 1 x 0 pro Sem Recurso em 12 min de jogo. As oportunidades apareciam a todo momento, tanto em bola rolando quanto com bola parada. Foram 4 arremates a gol nas redondezas da grande área: Flávio mandou pra longe nas duas oportunidades que teve, numa delas acertando boiada que pastava nas proximidades. Nas outras 2 Pelé Branco e Barduco fizeram cobranças pífias, o primeiro em cruzamento na area chutou mais grama do que bola e passou vergonha perto do banco adversário e o segundo em chute desferido a gol com força nula e direção nenhuma. Apesar de errar na bola parada, Flávio fez boa jogada entrando na área e acertou bom chute no canto ampliando a vantagem. Logo na sequência, Tiago Donini começou a mostrar serviço em lindíssimo gol: recebeu bola quicando ao adentrar a grande área pelo setor direito, esperou o melhor momento do arremate e fuzilou com a bola ainda no ar no canto oposto do arqueiro piramboiano. 3 x 0 para o Sem Recurso!!! O time estava jogando muito!
Havia também jogadas de ataque dos donos da casa, que deram certo trabalho para a zaga e laterais, que acabaram jogando mais recuados neste dia. Em escapada pelo seu lado direito de ataque, em grande velocidade o atacante piramboiano conseguiu efetuar um forte e direcionado chute na meta de Felipe, que fez muito boa defesa no alto, impedindo gol que poderia colocar o time na disputa.
Como em qualquer jogo da várzea, jogas duras acontecem e alguns desentendimentos são naturais. Em lance de trama de Pirambóia pelo lado esquerdo, numa sequência de tentativas de desarme, Cegão que já tem perfil de abrir a caixa de ferramentas tentou tomar a bola e fez falta dura, porem de jogo. O adversário que já estava esquentado por outros lances desferiu murro que acabou acertando o ombro/pescoço de Cegão. Este não reagiu e logo se distanciou do vucovuco que se iniciou, teve muita reclamação dos dois lados, discussões, ameaças. O juiz apenas mostrou amarelo para o atleta golpeador.  Felizmente não houve maiores acontecimentos e a partida se reiniciou ainda em tempo de Donini fazer mais um gol completando chute cruzado, porém dessa vez impedido, segundo a arbitragem da casa.




Para o segundo tempo, a preocupação era de a equipe ter o tradicional apagão e sofrer gols que dificultariam a vitória, apesar da boa vantagem alcançada. Os atletas combinaram de entrar focados e não deixar a vitória escapar, pois o jogo estava bom demais para o Sem Recurso FC.
E estava bom mesmo, pois aos 7 min do segundo período Carlinhos bate escanteio do lado direito e consegue achar o back Beto Black em sua melhor função, cabeceando no alto para o fundo das redes! 4 x 0 Sem Recurso! Não dava pra acreditar, parecia que a vitória viria mesmo dessa vez.
A equipe continuava da mesma forma a partida, segura, bem posicionada, passando a bola com paciência. Obviamente os atletas de Piramboia queriam cada vez mais um gol, correndo mais, atacando mais. E conseguiram, descontaram o marcador em boa trama na meia lua e chute no canto.
Nesta altura do jogo Shazam já havia entrado na volancia e desfilado seu pesado futebol vistoso por alguns minutos. Os atletas que estavam de fora escutaram algumas torcedoras dizerem que “nossa, eles poderiam esquecer aqui em Piramboia esse número 5 hein”. Não ficou claro se eram torcedores ou torcedoras que disseram a frase e Shazam só ficou sabendo do ocorrido na volta, dentro da Van da Alegria.
Kassinho é atrevido, veloz e tem alegria nas pernas de vidro e joelho de Lego. Os marcadores ficam enfurecidos com seu desempenho. No primeiro tempo, ele já havia sofrido pênalti claro, não marcado. No segundo tempo, adentrou a grande área em velocidade, conseguiu fugir do zagueiro que tentou derruba lo de forma grosseira por baixo e quase fez gol. Na terceira vez, não teve jeito, o juizão teve que apontar a cal e anotar a penalidade, pois o menino foi trucidado pelo oponente que o derrubou pelas pernas. Tiago Donini assumiu a responsabilidade e fez o quinto gol da equipe.
A partida estava em 5 x 1 quando o atleta número 9 de Piramboia fez um golaço no angulo direito de Felipe, em chute muito forte e colocado, impossível de se defender. 5 x 2
Donini ainda fez mais um, empurrando pra dentro em ótima jogada de Kassinho ou Carlinhos ou Flávio (muitos gols, o repórter acaba se perdendo). Pelo terceiro gol, Tiago Donini teve direito a pedir música e escolheu “Camisa 10 joga bola até na chuva” de Charlie Brown Jr. 6 x 2
A foi aos 34 min do segundo tempo que tivemos o lance MA DEI RÃO da partida. Numa combinação de lances bizarros entre os 2 times saiu o terceiro gol de Piramboia. A jogada desse gol lazarento começa com Felipe efetuando segura defesa e paciente, espera seu time sair pro ataque e se dispersar pelo gramado. Ele solta a bola no chão e procura o passe pra um zagueiro ou talvez um lateral, mas desiste e pega de novo a bola com as mãos! Não pode meu goleirão! A arbitragem anota falta em dois lances para Piramboia, na linha da pequena área. O Sem Recurso coloca todos seus jogadores debaixo da trave e 3 atletas adversários planejam uma jogada “ensaiada” pois não poderia chutar direto a gol. Não houve entrosamento entre os três, que tentaram passes curtos e rápidos, se enrolando completamente com a jogada e no momento do arremate o chute sai todo torto pro lado, sobrando pra outro jogador que nem sabia o que estava fazendo ali, mas que acabou por conseguir chutar pro fundo da rede. Que lance embolado, bola toda torta, um monte de gente dentro da área, que faaaaaaaase do futebol amador caipira! 6 x 3
Antes do jogo terminar ainda houve tempo de Kassinho fazer mais um gol em correria rumo ao ataque e de Piramboia finalizar o domingo com outro gol suado.
Final de jogo Piramboia 4 x 7 Sem Recurso FC.



Quando o juiz apitou o encerramento, os atletas correram ao banco, entusiasmados por ter chegado ao fim a sequência de derrotas! Muitos se abraçavam, gritavam com braços erguidos ao céu de emoção e felicidade. O técnico Fer Véio foi levantado e jogado pro alto, com direito a banho de cerveja!
No resumo final avaliado por este repórter, um conjunto de fatores levaram a essa excelente partida do Sem Recurso FC: clima favorável, plantel cheio diminuindo atletas cansados em campo, toque de bola paciente e goleiro Felipe seguro.
O assunto goleiro é o mais polêmico da equipe e este blog não esconde sua opinião: fez diferença a presença de Felipe para a equipe conseguir a vitória. Saiu esmurrando a bola em ocasiões perigosas, soube sair jogando com as mãos e com os pés, em reposição de bola e recebendo dos zagueiros. Fez boas defesas e evitou gols dos adversários de diferentes maneiras, atuou sempre muito seguro e passou segurança aos companheiros.
A equipe já tem compromisso agendado para o próximo final de semana, no lendário campo do Rodo e se espera que a fase seja positiva a partir de agora.





segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

Vitoriana 9 x 3 SRFC

Trágico. Lastimável. Vergonhoso.
Faltam a este escritor improvisado adjetivos para definir o último jogo da equipe do Sem Recurso Futebol Clube.
Na manhã do domingo, 05/01, o plantel limitado se apresentou para a primeira peleja do ano no campo de Vitoriana contra o time local, no intuito de começar com o pé direito. Devido à falta de atletas do elenco (alguns em férias de novo, outros ainda, uns sem condições devido às festividades recentes de Natal e Revéillon e outros só por pura e simples vagabundice mesmo) o professor FerVéio precisou chamar jogadores de fora. Um deles já velho conhecido do time, o atacante com alegria nas pernas Cassinho (amigo do Guilherminho que joga na Itália), o zagueiro Alemão (que cumpriu bem a função), Carlinho (já conhecido também por um jogo contra a equipe e outro a favor) e UÁLLASSE (este último chegou atrasado e foi o único reserva disponível).
Em conversa particular com seu assistente Afongol, o técnico FerVéio escalou o time da seguinte maneira: ET no gol; zagueiros Alemão e Manolo; Afongol pela direita e Felipe pela esquerda; volantes Cesinha, Maffia e BarducoPintcher Bull; atacantes Cassinho, Carlinho e Thiago pelo meio.



O jogo começou bom. A equipe apresentava futebol seguro, sem sofrer pressão e desenvolvia bem algumas jogadas. A zaga estava tranquila com suas torres gêmeas fazendo a função com a elegância de duas seriemas do Mato Grosso, apoiada pelos laterais. ET pouco trabalhou.
Não consigo garantir como foram as jogadas nem quantas ao certo. Mas o time do SRFC teve algumas boas chances no primeiro tempo, e umas 3 foram daquelas que não se perde. E como dizia o poeta Muricy, a bola pune. Em cobrança de falta, o atacante adversário recebe a bola em posição duvidosa e marca o primeiro tento para o time da casa. Mas o jogo continuava parelho, e após certa pressão o atacante Cassinho sofre pênalti na entrada da área. Thiago Donini chama a responsa, coloca a bola na marca da cal, bate e faz. 1x1.
A vantagem do adversário veio após jogada pela esquerda da defesa, a bola foi cruzada, num bate-rebate o jogador chutou de fora da área sem muita força, mas o arqueiro ET, encoberto, nada pôde fazer para evitar o gol. 2x1. Ainda no primeiro tempo o treinador sacou seu volante mameluco Maffia (provavelmente uma rixa pessoal) e colocou UÁLLASSE. Este entrou bem a parecia que seria destaque na partida, mas não foi exatamente o que vimos no decorrer do jogo. E assim se encerrou a primeira etapa sem mais fortes emoções para ambos os lados.
No intervalo, o zagueiro Manolo teve uma conversa franca com o treinador e ambos concluíram que dava pra ganhar. Estavam confiantes, assim como todo o resto da equipe. Mal sabiam o que os aguardava.
No começo da segunda etapa o adversário veio a campo com seis (6) alterações, entre jovens e experientes jogadores, enquanto os senrecursenses só contavam com um atleta para rodar o elenco. E seria exatamente esse o problema que culminaria no maior número de gols já tomado pelo time. Logo no início do retorno a campo a equipe adversária marcou um gol em chute de fora da área sem chances de defesa para o goleiro ET. Pouco tempo depois, em outra batida de fora, dessa vez uma pancada na veia, a bola veio alta e o arqueiro não foi capaz de evitar o quarto gol. 4x1.
Em lance bizarro, descrito pelo próprio goleiro como “único frango meu”, ele defende chute deveras fraco mas rebateu a bola no pé do atacante adversário que só teve o trabalho de estufar as redes. Logo em seguida, em lance de pura correria e troques rápidos de passes o time local tramou boa jogada e o atacante, com sangue frio, bateu encobrindo o goleiro ET 6x1. Não percam a conta.
As jogadas envolventes do time de Vitoriana começaram a ficar mais freqüentes e plásticas, muito disso devido ao desgaste físico já apresentado pelos atletas do SRFC. Houve momento de chapeis desnecessários por pura firula que resultou em perda de paciência por parte do volante Cesinha. A essa altura já não havia mais organização tática, os ânimos estavam abatidos e todos queriam tentar resolver na frente. Em troca de passes o atacante adversário saiu cara a cara com o goleiro ET que não pôde defender o toque no canto. O oitavo gol ficou no ar, nem eu nem os outros puderam explicar como aconteceu. 
Foi nesse momento, se não me falha a memória, que o time visitante chegou a sonhar com uma reação que pudesse diminuir o prejuízo. Foi quando o atacante Cassinho fez jogada pela esquerda buscando a bola quase na rua e o juiz nada marcar, apesar das reclamações do outro time e lançou pra área. Afonso, em seu melhor estilo curupira-trombador-desengonçado se atirou contra o zagueiro, o goleiro a trave, e em meio a uma quase luta na areia conseguiu empurrar a bola pras redes. Pouco tempo depois Carlinho também fez boa jogada pelo lado do campo e mandou pra Thiago, que concluiu marcando o terceiro. 
Parecia que um placar menos elástico se desenhava, mas somente houve tempo para o nono gol do time da casa. Em lançamento bumba-meu-boi, Manolo tentou cortar de cabeça na intermediária mas devido às já presentes câimbras (pelo menos foi essa desculpa usada para lance tão bizonho) a bola sobrou para o atacante Preto que só teve o trabalho de cortar o arqueiro ET e mandar pra dentro.
E assim findou a partida. Vitoriana 9 x 3 SRFC. Uma derrota épica, infelizmente memorável. Algo precisa ser feito. O time que já foi temido por alguns está se tornando chacota para as equipes da cidade e região. Não quero causar intrigas, mas enquanto jogadores e equipe técnica lamentam o ocorrido, o presidente saiu em viagem de férias em vôo fretado com a aeronave da equipe.
Lances pontuais positivos: cabeçada a queima-roupa de Alemão e belo chute de fora de Maffia no primeiro tempo, ambos defendidos. 
Lances pontuais negativos: finalizações pífias pra longe (e outras pra muito longe) de todos atletas do meio pra frente.